Thursday, May 26, 2011

Estranhamento



Chegar em São Paulo, chegar em Seattle, me causa uma estranheza inicial que leva uns dias para passar. Estranhamentos que acionam um sinal de alerta, de atenção focada, como se de uma hora para a outra eu precise mudar de registro, de frequencia modular. Assim como sair de uma festa na praia e cair num bar de jazz. Alguns são agradáveis, meio que pequenas lembranças/surpresas que vem à tona sem pedir passagem. Outros, mais intensos, nervosos, medrosos.

Em Sampa fico deslumbrada com o cheiro do ar de Guarulhos; o jeito como as pessoas andam perto umas das outras, quase se encostando; a umidade nas calçadas lavadas de manhã; acompanhantes segurando o braço das senhoras no Itaim; com o gosto maravilhoso do churrasco e rúcula do quilo da esquina; da simpatia dos taxistas; sabiá avisando que sim, estou na minha terra; a batida mais forte no coração só de pensar que estarei com minha família e alguns poucos grandes amigos. Estranho o barulho. O modo confuso de se resolver problemas e o tempo de leva para fazer coisas simples. Me espanto com o medo contagiante sentido pelas pessoas, com a desconfiança do outro.

Em Seattle também fico deslumbrada quando chego. Me encanta a beleza da cidade, a limpeza. Um fluir tranquilo, um tanto sério, sem tanta pele se enconstando, sem tanto sorriso espontâneo, mas sempre gentil. Corvos e gaivotas no lugar dos sabiás e bem-te-vis. Uma espécie de sozinhice zen como pano de fundo parece ser uma constante nesse estranhamento inicial. Tem também o prazer de estar no meu canto e cozinhar para mim mesma e para amigos. A natureza me encanta, mesmo na chuva. Cheiro de verde e musgo. E, aparece uma certa urgência em colocar a vida em dia e recomeçar algum tipo de rotina que possa me ancorar, reconectar com as pessoas mais chegadas. A emoção gostosa de me sentir um pouco mais perto das meninas, mesmo que eu não as veja com frequência. 

Mas o estranhamento maior é a sensação de pertencer e não pertencer a nenhum dos dois lugares. Um flutuar que me desconcerta, me libera e melancoliza ao mesmo tempo. Um flutuar que passa com os dias, vou aterrisando devagarinho como uma folha que cai na água... pode ser o Tietê, pode ser o Greenlake, cada qual me leva por caminhos, sensações, paisagens e vivências diferentes.

Friday, January 7, 2011

Resoluções de final de ano...

Na verdade, resoluções do primeiro dia do ano...

- pretendo não passar mais nenhum inverno em lugares com temperaturas abaixo de 20ºC. Neve, só no cinema e cartões postais.

- preparar uma refeição simples e nutritiva todos os dias. Começando amanhã, com um casal amigo, um almoço com beringelas, salada graga, arroz com lentilhas. Postar uma foto de cada comidinha, com receitas pras minhas filhas.

- montar um plano financiero aqui nos EU e no Brasil que beneficie minhas filhas e alguns projetos que valham a pena no longo prazo. Muita pesquisa pela frente.

- sair de cima do muro, depois de julho de 2011... sossegar o facho e decidir onde é a minha casa, onde quero que minhas raízes se finquem.

- conhecer um país e uma cultura totalmente diferentes e que me tirem da zona de conforto.  Mais pesquisas pela frente.

- me reprogramar para viver sem medo... quem é mãe, irmã, filha etc, etc, é muito conduzida por temores por uns e outros. Quero ser tudo isso, mas de forma destemida. Dando e recebendo espaço pra vida de cada um de nós.

- aceitar, ou como dizem aqui, "embrace", tudo e todos que me apresentam como estranhos. Quero sentir no outro uma parte de mim. O que me livra de julgamentos e abre espaço para um montão de coisas que vou descobrir.

- cultivar amizades que, no fundo, são amores incondicionais. As vezes eternos, dependendo da energia colocada.

... quem me lê... alguma outra sugestão?

:-)  ah sim, pretendo entrar na onda do
http://www.youtube.com/watch?v=ajKMkIXN1eg

beijos




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Saturday, December 18, 2010

Escabeche de peixe

Dia lindo ontem, resolvi dar um pulo no supermercado mais legal daqui. É um mercado asiático, no centro da cidade, onde a gente encontra de quase tudo. Até jaca!
Bem, não fui por causa da jaca e sim para comprar peixe pra fazer um escabeche. Achei tres linguados pequenos e super frescos. Achei também bacalhau, que pretendo levar para Salt Lake pra fazer uma bacalhoada pra Cati.
As 7 da manhã, resolvi entrar na cozinha...

Piquei umas cebolas brancas e roxas, bem fininho. Piquei a única cenoura que tinha na geladeira. Laminei tres dentes de alho. Esquentei um tanto de azeite, onde coloquei alguns grãos de zimbro, duas folhinhas de louro, uma mistura de sementes de coentro e casca de laranja seca em pó. Quando o cheirinho estava gostoso, joguei as cebolas e a cenoura, que deixei cozinhar um pouco antes de jogar uma colherzinha de vinagre de maçã. Desliguei o fogo.

Depois, temperei os peixes com sal e pimenta e os passei em farinha de rosca. Acho que farinha de trigo teria dado mais certo. Esquentei óleo na frigideira e fritei os peixes.

Quando prontos, foram colocados num prato fundo e regados com o molho do azeite e cebola. Vai ficar marinando algumas horas. Esse será meu almoço, acompanhado de saladinha de alface, tomate e aspargos grelhados, e um pedaço de baguette.

***

Almoço delicioso mesmo! Na próxima vez, vou preferir um peixe com mais personalidade, como sardinha. O toque da casca de laranja e o zimbro deu ao peixe leve um aroma especial, muito harmonioso. Acho que não funcionaria com sardinha, que talvez peça um tipo de aroma mais pungente. Pimentão? O alho laminado deu um toque especial... afinal, o alho apareceu com sua grandiosidade e sabor. (Por que será que a gente tem mania de picar e pisotear o alho até ele ficar escondido, dissolvido? Laminado ele fica bonito, visível, crocante...)

Agora, preciso aprender a tirar fotos de comida. Tem muita técnica que desconheço. De qualquer forma, se algum de vocês quiser fazer uma refeição leve, barata, gostosa e saudável, essa é uma boa opção.

Tuesday, October 5, 2010

Terça, postando reflexões da sexta passada...

Dessa vez, fotos só no link to picasaweb... http://picasaweb.google.com/mcsxii/AbuDhabi#5524385608210783858

Sexta, dia santo. Tudo fica fechado até as 4 da tarde. Então, Nagila e eu aproveitamos o trânsito tranquilo da cidade para visitar alguns lugares chave para o festival de cinema. (Sou eu quem está dirigindo... um bom jeito de conhecer um lugar.)

Começamos visitando o mercado de peixes no cais dos barcos (dhows) pesqueiros. Um cheiro de matar qualquer um, mas os peixes pareciam vivos de tão frescos. Fiquei sem jeito de tirar fotos, dada a autencidade do lugar...

Pra refrescar e conhecer algumas das salas de cinema que serão usadas durante o festival, fomos ao shopping Marina, que dá vista linda para a cidade. Conferimos também os restaurantes e cafés do shopping pra eu saber onde levar os jurados entre um filme e outro. Como agora é a estação de outono, modelitos para o inverno nas lojas: botas, casacos, malhas, tudo em tons de preto e cinza. Não consigo imaginar usar essas roupas quando a temperatura lá fora é de 39º!

Visita ao Hotel Emirates Palace, onde ficarão os nossos escritórios a partir do meio da semana que vem. O lugar é absolutamente, absurdamente, vergonhosamente metido. Até a porta do elevador é de ouro! Pétalas de rosas (vai saber o carbon print de cada flor) lindamente espalhadas pelas pias do banheiro. No site do hotel, se vangloriam de serem “verdes”. Sem preocupação com o politicamente correto fico pensando que verdes são os dólares que eles gastam em ar condicionado e eletricidade num hotel como esse.

Li no jornal local que o lixo per capita dos Emirados é tres vezes superior ao dos EUA... e programas de reciclagem? Bem estão tentando resolver o problema.... por enquanto, jogam tudo nas areias do deserto. Bem, há um projeto piloto que conta com os semi-escravos indianos.

Confesso que continuo em estado confuso, quase de choque. Tanta opulência por um lado, tanta idolatria/adoração pelos criadores do projeto de desenvolvimento dos emirados, tantos estrangeiros de multinacionais cabaleantes e inseguras, tanta promoção/marketing de miragens mirablolantes nas areias... por outro lado, o de sempre... imigrantes paupérrimos, tomando chá nas calçadas, longe das famílias, em roda aproveitando o ar modorrento do final da tarde pra, ao que parece, fugir dos bunkers/dormitórios que servem como moradia comunitária. Ou mães filipinas trabalhando como manicures pra sustentar filhos na terra natal.

Olho sem tecer julgamento – afinal, nem a língua entendo quanto menos as nuances do tecido social. Mas que meu coração aperta, aperta... sem entender muito o porquê.

Friday, October 1, 2010

ainda em Abu Dhabi


Post sem fotos... algumas coisas são bloqueadas nos Emirados. Skype pra telefone e, às vezes, alguns downloads...

Aqui a semana começa no domingo. Então, hoje foi meu primeiro dia de trabalho no festival de cinema local.

Uma equipe de umas 200 pessoas de várias nacionalidades e diversas línguas, experiências profissionais também diversas, espalhadas por escritórios num teatro absolutamente magnífico no meio do nada. Esse ‘nada’ era pra ser alguma coisa esplendorosa – com villas, shopping, campos de golf e outras coisas do mundo esplendoroso – e virou nadinha mesmo depois do colapso econômico. Um monte de casas vazias (que dois anos atrás eram alugadas por mais de $100.000/ano), construções, auto-pistas que não levam a lugar algum, um shopping quase vazio e, claro, esse teatro enorme que cede, de graça, seu espaço para a organização do festival.

Uma equipe que reune conhecimento humano de enorme valor, histórias e experiências, que passa boa parte do tempo re-organizando o que foi organizado duas horas atrás e ‘touching base’ no fumódromo.

Mas, foi meu primeiro dia trabalhando para um festival que vai acontecer, de fato, daqui a tres semanas. Um tempo enorme, espaço quase infinito para muitos milagres... Como, por exemplo, saber exatamente quais os filmes que serão apresentados, resolver que tipo de ingresso será impresso, quem faz parte do juri, quem é VIP e quem não é... e um montão de outros pequenos detalhes que, por serem confidenciais, não são compartilhados com a galera... como sou uma das pessoas da galera as orientações de trabalho vem a conta-gotas.

De qualquer modo resolvi, por conta própria, ter um pequeno projeto de pesquisa. Estou então googleando/pesquisando/o trabalho de todos os cineastas, produtores, diretores que estarão presentes no evento.

Meu primeiro dia de trabalho foi moroso no meio do deserto, mas muito, muito interessante mesmo, vendo/lendo/pesquisando/aprendendo sobre a perspectiva das pessoas do oriente médio.
Vendo o areial e sentindo o calor... mulher tropical que sou, começo a tecer entendimentos (iniciais e falíveis, óbvio) sobre a razão de tudo que é  ‘pra dentro do muro/véu/areial’ ser tão brilhante e dourado.


Saturday, September 25, 2010

Aventuras em Abu Dhabi


Não há coisa mais instigante, inspiradora e emocionante do que cair de quatro num mundo humano diferente. Quem sabe de mim, sabe que me sinto mais viva em terras novas situações onde aprendo como ver e sentir nuances culturais.

Aqui, em Abu Dhabi, a nuance me vem como tijolada ... envolta de véus aveludados, negros e brilhosos, salpicada de lua árabe leitosa abraçando edifícios de vidro e cimento rosa carregados com  andaimes e telas de construção. De manhã, ouço uns periquitos e pombas tentando entender o que está acontecendo nessa ilha desértica onde o som primordial e diurno parece ser de máquinas, serras elétricas, britadeiras.

Estou aqui há tres dias ... não estou entendendo nada, o calor me dá preguiça e claro está que vai levar um tempão pra começar a entender o mínimo. Estou num estado alterado de percepção que me enche de perguntas. (Rapidinho, algumas pessoas vão me dizendo que essas perguntas não serão ouvidas, nem respondidas em quatro semanas.)

Perguntas do tipo:
 ‘o quê, exatamente, esses homens todos rezam/dizem cinco vezes por dia, prostrados no chão, no meio da rua, na frente das mesquitas?’

‘o quê se passa na cabeça coberta por burka simples, ou coberta de lantejoulas e brilhos, num corpo, também coberto, pelo shopping esplendoroso com banners de modelos semi nuas?’

‘como será que o povo local, minoritário, percebe essa onda de gente branca, cinza, azeitona ocupando tudo?’

‘cadê as crianças de pais que não podem pagar pelos serviços das babás filipinas?’

‘onde moram os garotos e homens que constroem esse lugar sob o sol escaldante e que ganham uns 8 dólares por dia?

‘como se sentem as pessoas que entram no mar azulérrimo e morno/quente em praias públicas limpérrimas, separadas por paredes de fibra de coco das outras praias privadas onde se pode usar maiô e mostrar o corpo?’

Com a mente cheia de perguntas sobre gente da terra, vou pegando a onda do evento do festival de cinema.

Ontem a noite fui a um jantar de confraternização para o staff do festival de cinema. Jantar simples, feito em casa, muito simpático. Sentei num sofá, e com minha tímidez de sempre, acabei batendo um papo com um ‘local’ – filho de pai alemão e mãe indiana cristã.

Pergunto: ‘Você fala árabe?’
Ele: ´Quem precisa de árabe aqui quando todos os serviços são em inglês?’
Pergunto: ‘Você nasceu aqui... entende o árabe?”
Ele num sorriso amendoado e moreno – camisa fechada até o pescoço – suando e fumando um tabaco local: ‘Nasci e fui criado em escolas americanas. Meu nome é Heinz. Nem ler árabe eu sei, nunca precisei. Nasci aqui mas não sou daqui’

(Voltei pra casa querendo entender isso aí que ele falou...)



***

As mulheres do mundo do festival decidiram se preparar para as festas. Até agora, todas as mulheres que conheci são de outros países. As mais experientes vem de Cannes ou Toronto.  Apesar das origens, experiências, histórias e línguas, nos encontramos num território muito comum entre as mulheres do mundo todo. Melhor dizendo, terreiro de penosas. Algumas penosas experientes dizem que é impossível competir com o charme, elegância, sensualidade e sex appeal  das as mulheres do Egito.


Ontem, passamos a tarde num shopping “popular” – expatriados, destituidos e tristes sentados sob as poucas árvores na calçada, burkas e túnicas andando pelos corredores. Um shopping sem as grifes, mas com lojas de tecidos deslumbrantes. Compramos alguns tecidos e experimentamos o gostinho da barganha e charme desse comércio controlado por ‘gente de fora’, que se comunica em inglês.

Hoje, com nossas sacolas carregadas de tecidos e modelos do armário da elengantérrima Nagila, fomos ao alfaiate de madames estrangeiras e madames locais. Pensei tanto nos artesãos do nosso país, nessa arte da costura, bordado, tecelegam, alinhavo, que está se perdendo nas máquinas e na impessoalidade. Fomos recebidas pelo alfaiate simpático, sabedor do riscado. Seus ajudantes/sócios/flhos/sobrinhos por trás de máquinas de costura manuais, num calor danado, ocupados, trabalhando.

Num misto de inglês, francês, árabe e sei mais o que se foi falado, acabamos encomendando as nossas roupas para o ‘Opening’ ceremony. Roupas que serão feitas por artesãos locais, costureiros tradicionais. Quem faz parte desse mundo de festivais de cinema, encomendaram modelitos para competir com ‘as stars do Egito’. Eu, que não sou desse mundo, nem nunca vi tapete vermelho, nunca vi as estrelas do Egito, que vivo do meu próprio orçamento bem simplesinho, aceitei de bom grado as dicas mineiras (e econômicas) da Nágila. Simples, mas vou estar brilhosa. Acabamento perfeito pelas mãos dos artistas/artesãos.


Sunday, July 25, 2010

Auto descoberta domingueira


Domingo lindo, ensolarado, azul. Na mesa da sala dou uma olhada no to do list de hoje... Mando uma mensagem pra Gabi, e deixo o resto pra mais tarde.

Começo o dia de um jeito simples, com uma salada de frutas colorida feita ontem. Resolvi deixar a cama desfeita. Temperatura amena, perfeita para dar uma caminhada no parque aqui perto de casa. Quem sabe, sentar sob uma árvore e ler meu livro ou dar uma cochilada?

Começo a trilha que dá a volta no parque. São 4.5 kilometros pela mata frondosa, árvores centenárias, samambaias verdíssimas, esquilos e passarinhos. Como ainda era meio cedo, caminho por teias que as aranhas teimam em tecer pela trilha durante a noite.

Me disseram que, em alguns lugares, havia muitas framboesas maduras. Saio a cata das frutinhas na primeira oportunidade e com isso saio da trilha. Tranquila, pois afinal passeio por esse parque desde que me mudei para esse bairro há três anos. Os passos dos corredores, dos velhinhos, das crianças, dos cachorros vão sumindo na mata. Que delícia!

E, feito criança encantada em corpo maduro, percebo que estou fazendo o que sempre faço: saio da trilha, buscando isso ou aquilo e, em pouco tempo, estou pateticamente perdida em terreno conhecido. Isso acontece sempre: quando dirijo, quando ando, quando visito, quando exploro, quando dou a volta no quarteirão. Uma amiga diz que sofro de dislexia de orientação.  Já me ensinaram um milhão de vezes como me orientar pela posição do sol, e aqui todas as placas se referem ao sul, ao norte, ao leste ou oeste. Acho que vou morrer sem aprender essa lição básica. Hoje fui seguindo os sinais das framboesas e, em pouco tempo, não tinha a menor idéia de onde estava. Olhei pra copa das árvores procurando o sol, tentando lembrar as lições básicas. Uma vozinha na minha mente dizia que tudo estava tranquilo, era só seguir a trilha estreita que eu chegaria em algum lugar. “Afinal”, dizia essa minha vozinha tão conhecida, “você só está fazendo um desvio”.

De fato, uma hora e meia depois e juntas bem doloridas, chego à trilha principal. Na verdade, numa encruzilhada, com placas em todas as direções (que não me dizem muita coisa). 

Ando mais uma hora, dessa vez sem sair da trilha que faz um loop pelo parque e chego ao meu destino, finalmente. Pois é, o destino acabou sendo meu carro que me levaria pra casa. O cochilo sob a árvore vai ficar para outra vez.

O fato é que, apesar de todas as placas, mapas, trilhas bem estabelecidas, de todos os sinais naturais, da posição infalível do sol, eu sempre acabo me perdendo... e me achando. Hoje, revivi a metáfora no Discovery Park.

PS Chego em casa sem as framboesas, mas com vontade de contar essa história...