Sunday, April 12, 2009
Corvo de prata
Stanley Cook, Crow in Tree 12"H x 16"W Crow, and proud of it.
Nem sempre os corvos negros são sinais de azar ou problemas. Muito pelo contrário!
Receita : Corvo de prata
Ingredientes:
• um punhado de corvos barulhentos espalhados pelas árvores
• um predador de ovos de corvos (gaivota ou coruja)
• uma manhã chuvosa
• uma ou duas pessoas à mesa do café da manhã
• um punhado de lembranças aleatórias de experiências pregressas em alquimia e xamanismo
• um livro sobre animais totemicos
• uma pitadinha de medo do desconhecido
• duas pitadinhas de curiosidade domingueira
Modo de preparo:
Fechar os olhos e prestar atenção ao barulho histérico dos corvos defendendo o ninho. Adicionar a pitada de medo muito antigo. Mexer bem e adicionar, aos poucos, o som da chuva nas folhas da árvore mais próxima.
Cozinhar por uns cinco minutos, tomando cuidado para não ferver.
Tirar do saco de lembranças um punhado de curiosidade domingueira. Salpicar no caldo barulhento a vontade de conhecer a língua dos corvos, para entendê-los melhor.
Abra o livro dos animais totemicos enquanto espera o guisado começar a perfumar o ambiente.
E, voilá! Saboreie o corvo de prata, suas estórias e poderes:
http://peacefulrivers.homestead.com/animalcard24.html
Páscoa em Seattle
Acordei nesse domingo de Páscoa pensando em Mauá e em Salvador. Quase, mas quase, acordei triste. Assim... abri os olhos meio triste... pus os pés no chão, ainda um pouco saudosa... ouvi lá fora as gotas da chuva que nunca pára nessa terra.
Na cozinha, fiz café sentindo o cheirinho da cozinha de Mauá. Feijão de ontem no fogão a lenha, restinho azedo nos copos de vinho. Silêncio... só pincelado pelos passarinhos, gaivotas e corvos. Gabi e o gatinho ainda dormindo. Silêncio pincelado pelas lembranças das vozes e risos na mesa do café em Mauá. Estórias de sonhos, amores e desamores, planos.
Caneca de café na mão fui até a varanda molhada e já bem mofada. Um pouco triste e saudosa ainda. Aí vi as magnólias vermelhas começando a abrir no fundo cinza. Aí lembrei que há um bom tempo entro nos dias resoluta a não ter um ‘bad day’. (mais sobre esse assunto, outra hora)
Olhei pras magnólias, pras gotas de chuva encharcando o buddha, senti o calorzinho gostoso das lembranças. Meio como percebendo que as flores lindas desta manhã estão carregando a alma das flores do ano passado.
Que coisa boa poder carregar dentro de mim tanto mauá, bahia, são paulo, gente linda, sons tropicais, amores, amigos, cheiros.
Gabi acordou e me deu um abraço tão, mas tão, gostoso que me senti como um ovo de páscoa daqueles cheio de surpresas boas dentro ... Acordei podendo ficar triste e acabei ficando um ovo de páscoa.
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